Da minha querida e bela @letrapreta

18 nov

Não existe essa pessoa que não sofre com o término. Você não é anormal, diferente, estapafúrdia. Se precisa de um psiquiatra procure, se precisa de sorvete, tome. Ninguém tem a medida do que é necessário para sair na rua e encarar o dia com um pouco de tranquilidade.

Sobre ele mentir: por tudo que você escreveu aqui, desde que o conheceu, duvido muito que ele tenha mentido. Lênin tinha uma frase ótima: a prática é o critério da verdade. Dá pra mentir palavras, atitudes são mais complexas, precisam de muita motivação interna. Talvez você tenha visto mais amor do que essas atitudes demonstravam; talvez tenha enxergado mais paixão do que essas atitudes representavam. Mas e?

Isso é um equívoco? Não. Você fez o que as pessoas saudáveis fazem: apostou, confiou, foi fundo.

Estranho é quem vai na praia e só fica na beiradinha, molhando os pés.

Não é pra perder a fé no amor, minha flor (rimou). Amor é sorte, amor é loteria, amor é acaso e um pouco de determinação pra aguentar as tempestades.

Você tem tudo, linda. Mesmo que pareça agora nebuloso enxergar.

Beijocas

Cem amigos virtuais

16 nov

Mais um comentário, dessa vez de um leitor que faz sucesso por lá:

Acho que a primeira vez que comentei aqui foi para dizer isso (ou foi pelo twitter): seu blog é de utilidade pública. Vou traduzir pra quem nunca leu ou entendeu o que eu quis dizer: serve desinteressadamente à coletividade. Isto é, você não ganha nada e ajuda muito.

Porque uma coisa é alguém dar conselhos e receber por isso; ou contar relatos pelos quais é pago. Você nunca cobrou 1 centavo de nós, leitores. Nem aceitou o dinheiro que alguns ofereceram. Talvez se tivesse cobrado não tinha passado por tantos problemas, não é mesmo? Menos haters iam ter acesso ao conteúdo do blog/comentários e você ainda ia ganhar um dinheiro. Certamente, não ficaria rica, mas ia ajudar.

Por que não fez isso?
São duas as razões, e uma tá nesse post. A primeira é que não é do seu caráter aceitar o dinheiro (e nem cobrar 53 reais por um conselho) mesmo que estivesse precisando dele. E a segunda é que este blog é o seu diário. E se alguém ainda não entendeu isso e se incomoda por você postar SUAS histórias, SUAS opiniões, SUA vida no SEU blog/diário, tem mais é que receber um vaitomarnomeiodocu como resposta.

Foi através destes relatos que muita gente pôde refletir sobre várias questões: o machismo, a liberdade sexual, a insensibilidade que muita gente tem com o problema dos outros… enfim, tanta coisa foi tratada aqui que não reconhecer o quanto esse blog ajudou algumas pessoas é uma idiotice.

Espero que tenhamos alguma participação nas suas conquistas nessa crise – e, se sim, que ela aumente.

Letícia, queria te dizer que os “cem homens” você não conseguiu este ano (até porque não quis). Mas você ganhou: (mais de) cem leitores assíduos, cem amigos virtuais preocupados com você, cem mudanças na vida das pessoas com esse blog. E espero que menos de cem haters que não tem mais porra nenhuma pra fazer da vida além de entrar num blog que dizem odiar para te rechaçarem.
É um feito e tanto para um ano, acredite.
Você é uma mulher incrível.
Bjs

Só um comentário

16 nov

Comentário colocado hoje, dia 15 de novembro, no blog:

Letícia, fiquei sabendo do seu blog por uma amiga, assim como muitas pessoas que hoje acompanham seus relatos. O boca a boca te deu visibilidade, por você escrever tão bem, por você escrever sobre algo que dificilmente irá agradar todo mundo. E como você, compartilho dessa indignação quando um punhado de gente tacanha e conservadora acredita ter o direito de julgar a sua vida apenas por você torná-la pública.

Eu não te conheço, nem sou dessas que ficam consolando por consolar e nem procuro fazê-lo. Só que seu blog me veio numa época decisiva em minha vida – eu que vivo o turbilhão dos 21 anos – de forma a me causar tantas reflexões, de me libertar de tantos preconceitos bobos que nos criaram, de ouvir/ler com aquele tal senso crítico e por isso não aceitar ou negar tudo. Aceitar. Te aceitei no primeiro post e eu sei que pra você pode não fazer muita diferença, mas para mim você fez toda a diferença do mundo. Me ajudou a crescer, me aceitar. É piegas, eu sei. Mas depois de ver tantos comentários ridículos de gente que não respeita a individualidade dos outros precisei te falar isso.

Então se cuida, tá? E melhora, por favor. Tô sendo egoísta quando digo, é verdade, mas melhora por mim, por todas as pessoas que te querem bem. Sua história de vida é um livro, então continue escrevendo. De longe é sua melhor terapia.

 

Pra quem ainda não entendeu…

15 nov

Acho tão bacana o papel social que vc vem fazendo. Primeiro vc começou o blog falando sobre sexo de uma forma irreverente. E olha, vc contribuiu muito para que eu desfizesse muitos preconceitos que tinha em minha cabeça, passei a encarar meus relacionamentos de uma forma diferente, simplesmente pq eu me identificava com os seus relatos e opiniões. Mas agora vc vem enfrentando uma fase muito difícil em sua vida. Eu juro que pensei que dessa vez o blog fosse acabar, mas vc aproveitou a oportunidade para expor seus problemas e, mais uma vez, tanta gnt está se identificando com essa nova abordagem do blog, mesmo que talvez seja seja temporária. Mais uma vez, venho aqui para te parabenizar pela coragem de se expor, expor sua vida e ajudar ao próximo! Esses haters que te criticam deveriam ter consciência do quanto vc tem ajudado às pessoas! E, como vc msm disse, o blog é seu, vc escreve sobre aquilo q vc tem vontade, e lê aqueles que tb têm vontade e te admiram. Sinceramente, esses haters, na verdade, devem ser lovers, senão eles não se dariam ao trabalho de entrar aqui tds os dias para dar as suas opiniões…
Ah, eu já disse aqui q tbm sou depressiva, por isso entendo tudo q vc relata. Parabéns pela força e pela superação diária!! Tb li a respeito do q houve com a sua irmã, vc sempre dando uma lição de vida a todos, lutando pela causa que é tão desconhecida, fazendo seu papel social (eu pelo menos não sabia que voo duplo de asa delta era proibido…). dps pesquisei a respeito e vi o qto vc está engajada nessa causa. Muita força sempre!! bj

Quase de casa

13 nov
E mail recebido em 13/11/2011, com algumas partes editadas. 
Querida Lelê (assim a gente te chama carinhosamente aqui em casa).
Meu nome é XXXX, comentei algumas vezes no seu blog com o pseudônimo de Cacá (porque naquela época eu ainda não era livre o suficiente para comentar com meu próprio nome, mas esse recalque já passou, assim como vários outros, e graças a você) e agora senti vontade de te escrever um e-mail. E isso é o mínimo que eu posso fazer, porque nesses últimos meses você tem sido mais que uma amiga. Enfim, resolvi te escrever.
É incrível como tudo mudou desde que comecei a ler seu blog. Sempre me achei moderna e feminista mas, ao ler suas ideias e relatos, me deparei com meus vários tabus e preconceitos, jamais identificados antes por mim. Minha forma de ver o mundo mudou, meu relacionamento mudou, a forma com que eu faço sexo mudou. E tudo isso foi por sua influência.
Quando você disse que encerraria o blog, imediatamente eu pensei que isso seria horrível, pois não consigo mais imaginar meu dia a dia sem suas palavras. Mas, isso é muito pequeno perto das suas necessidades do momento, de se proteger, se voltar para outras atividades….
Eu queria te dizer várias coisas… sobre mim, sobre essas mudanças, e sobre você. Coisas que vão além desse e-mail, porque, obviamente, eu não sou tão boa escritora quanto você. Sou boa com as palavras verbalizadas. Com as escritas, nem tanto. Queria de verdade te encontrar, te dar um abraço, trocar ideia. Já estive com depressão sim, e várias outras coisas, mas consegui sair de todas elas porque tive ajuda. E tudo o que eu quero é te dar um pouco dessa ajuda agora. Será uma ajuda fraterna, de amiga, porque tenho um carinho gigantesco por você. Por quem você é, pelo que você fez por você e por todas as pessoas nesses últimos tempos.
Moro com uma amiga, que também te adora, e ela chorou muito quando leu esses seus últimos posts. Comentei agora com ela que iria tentar te encontrar, aí ela disse, lacrimejando: “Ai, vai ser bom pra ela, você é boa nisso, em ajudar. Ai, leva um Tsuru pra ela? Eu vou fazer, não sou boa com palavras, mas vou fazer um Tsuru”. Ela tá querendo te ajudar também, do jeito que pode. Vou levar o tal do Tsuru pra sampa e te dar se a gente se encontrar, assim espero.

Prepare-se: você vai chorar

13 nov

Lê:

Esse email não tem assunto porque eu não consegui definir o assunto dele. Talvez ele tenha vários. Eu te peço que, se puder, leia com calma. Não, você não me conhece. Eu também não te conheço, ou melhor, não te conheço as formalidades. Não sei seu nome verdadeiro, o dinheiro que tem no bolso, em que faculdade estudou ou o quanto de conhecimento tem na mente, tampouco vi seu rosto. Mas queria descobrir tudo isso, e não apenas isso. Gostaria também de saber qual é o seu doce preferido, se você prefere rosa a vermelho, azul a cinza. Se prefere a chuva ao sol, o dia nublado ao sem nuvens. Quando eu li “a menina que roubava livros” (já leu?), lembro da morte, narradora da história, dizendo que os seres humanos a assombravam. Eu concordo em parte com ela. Os seres humanos me assombram sim, mas também me deslumbram. Quando eu vejo sorrisos sinceros, abraços apertados e mãos dadas, eles me deslumbram. Quando eu vejo maldade, choro e abandono, assustam. E assustam muito. Eu, particularmente, gosto do coração que tenho, e procuro sempre gostar mais dele. Eu gosto de dar carinho, amor, sorriso, atenção. Gosto sobretudo dos machucados, porque me fascina cuidar. Gosto de cuidar e ver os passos sendo refeitos pouco a pouco. Por que? porque me satisfaz ver o crescimento pessoal do outro. Porque nada me extasia mais do que saber que eu contribui para isso e isso também me fez feliz. Porque um pedacinho da minha alegria faz morada na alegria do outro. Lelê, eu sou quase uma menina e quase uma adulta. Tenho 17 anos só. Também quero ser jornalista, sabia? Você escreve muito bem. Um dia, eu vou escrever como você. Mas hoje eu só queria te pedir: eu posso cuidar de você? Sei que você tem 30 (31?), e que deve entender da vida muito mais do que eu, mas eu não sei. Meu coração me manda estender a mão e eu estendo, é assim. Você não falou no blog que as pessoas deviam ajudar aos amigos que estão na mesma situação que você? Tenho poucos amigos de verdade, cinco ou seis. Gosto assim, porque me permite conhecer cada um com a profundidade necessária. Mas eles não estão precisando dessa ajuda. Você, sim. Eu posso ajudar você?

Aos 25

13 nov

Uma moça de 25 anos me mandou dois emails.

Num deles ela ironicamente diz, sobre os trolls: Talvez essas pessoas deitem à noite e pensem que salvaram uma alma, porque afinal, conseguiram te mostrar o quão errada você está. Mas a vida delas continua exatamente igual: elas não estão mais bonitas, nem mais ricas, e muitas continuam sem saber onde fica o ponto G.

Ela continua:

Eu acho que você deve encerrar o blog sim, porque a sua saúde tá em jogo e é claro que a gente se ofende com essas coisas. Uma amiga minha diz que a gente nunca deve perder a capacidade de se indignar, porque quando a gente pára de se indignar falta pouco pra gente começar a aceitar. Mas eu desejo, honestamente, que quando essa novela com seu nome, sua foto e (céus, jura que o ser humano chegou nesse nível?!) sua irmã acabarem, você tenha forças pra deixar isso tudo pra trás, ficando SIM mais bonita, (espero que) mais rica, e sabendo onde fica e como aproveitar o ponto G. E tudo isso porque você simplesmente encarou a vida e pediu mais dela, não aceitando somente o que tinha pra hoje.

Ela termina me trazendo lágrimas aos olhos (o grifo é meu):

Que eu poderia estar por perto se estivéssemos por perto. Que a vontade que me deu lendo seus tweets foi de ir aí na sua casa e levar ums salada bem light com frango grelhado pra compensar as calorias num pote de sorvete de sobremesa. Talvez eu penteasse seu cabelo e levasse um satinelle pra gente acabar com os pêlos. Não porque eu tenho pena de você, mas porque eu te respeito e acho que você não é obrigada. Eu acho que mulher nenhuma é obrigada. Que a gente já aguenta merda demais da vida pra ter ainda que parecer uma dama perante a sociedade. E eu nunca tive uma depressão fudida, mas acho que você não deveria ir ao mercado hoje. Pede um Mc Donalds, um China in Box, sabe? Já que não tem muita gente por perto pra estabelecer onde acaba sua liberdade, deixa ela ir até onde a vista alcança. Mas não perca você mesma de vista, porque gente assim faz uma puta falta no mundo.

Como se não bastasse, ela retorna com outra mensagem:

Also, Viviane Mosé diz que solidão é sina e é pra sempre. Acho que depressão também é. Eu, com todos os meus problemas pequeno-burgueses, acho que infelicidade é castigo pra quem ousa sentir as coisas. Pra quem ousa querer viver. Pra quem ousa ser um pouquinho mais do que a sociedade diz que temos que ser. Acho que ter consciência faz de nós infelizes. Mas não é algo que se escolha, a gente é. E sempre vai ser, porque nunca as coisas vão bastar. Não te basta 15 leitores que te amam se existe um troll, porque é esse troll que mostra o quanto a humanidade pode ser desprezível. Não te basta ter namorado escroto se alguém querido tá na merda. Não vai bastar estar respirando, apenas, se você sabe que pode estar viva. Você aprende a sobreviver assim, mas não pode ser feliz. Como Fernando Pessoa em Tabacaria: “Vejo as lijas, vejo os passeios, vejo os carros que passsam, vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, vejo o scães que também existem, e tudo isso me pesa como uma condenação ao degredo, e tudo isto é estrangeito, como tudo. Vivi, estudei, amei e cri, e hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.”

Muito obrigada, moça de 25 anos. Não posso dizer que quero ser você quando eu crescer porque já passei da sua idade há 7 anos. Mas fico feliz, de coração afagado, por saber que há gente assim no mundo. Um beijo.

ps: na minha salada pode ter bacon?

Fabio

13 nov

Fabio é leitor frequente do blog. Sempre comenta. Seus pensamentos, mesmo quando dissonantes dos meus, são educados, cordiais. Um homem e tanto.

Ele quis trazer uma sopa aqui em casa pra mim. E não, Fabio não quer me comer, como julgariam alguns. Ele é casado e até comentou sobre mim com a esposa. Repito aqui parte do email que ele me enviou hoje, 13 de novembro.

Olá,

Como você está hoje?

Ontem de mandei um e-mail por volta da meia noite, acerca de uma sopinha polonesa.

Não sou de dar conselhos, mas de ouvir e acolher as pessoas. Neste sentindo, não falta vontade de cuidar de você neste momento.

Passei a manhã conversando com minha esposa sobre você e de como tem sofrido devido as questões que colocou no blog.

(aqui ele fala de questões pessoais que não convêm citar neste post.)

Quanto as questões financeiras que lhe atingem, elas também me afligem neste momento e não sei como te ajudar. Vi que alguns te sugeriram doações por meio do blog. Eu não tenho abusões quanto a isso; mas sei que você tem. Uma coisa possível seria o uso Google Adsense. Paga-se pouco, mas devido a quantidade de acessos que você recebe e a atitude positiva de muitas pessoas que leem o blog, pelo menos a conta da Eletropaulo seria paga (brincadeira, fofa).  

Por hora, relembrar e percorrer os momentos gostosos da infância, por meio de insight, te faria um bem extraordinário. Já que está despida sobre a cama, mirando o teto branco e ardente, fechar os olhos neste estado de nudez absoluta e passear nos bosques coloridos das lembranças, pode te trazer a docilidade do sorriso e a energia da vida plena.

Não deixes que o amálgama da morte percorra tuas veias e crave no teu coração a dor do desespero.

Esta música é para você: http://www.youtube.com/watch?v=cflE0_JVbNc

Beijos e excelente domingo!

Fabio e Família

Muito obrigada, meu querido. Obrigada pelos comentários pertinentes e que sempre agregaram em discussões saudáveis no blog, obrigada pelo oferecimento da sopinha. Obrigada.

Show me your rainbow

13 nov

Cem vezes cem

13 nov

O nome deste blog certamente é uma alusão ao Cem Homens. Mas eu não acredito em Cem Amores, apenas. Acho que o amor se multiplica. Sempre, sempre, até o infinito e avante.

Tenho meus Cem homens sem noção, sim, mas tenho incontáveis amores. Gente que entrou uma vez no blog, gostou, foi tocado por ele, se emocionou. Gente que apenas se diverte. Gente que perdeu um pouquinho do seu tempo dando um feedback positivo.

Então, neste momento em que estou procurando o ar para continuar essa difícil jornada que é a vida, nada melhor do que catalogar as fofurices recebidas nesses meses de blog.

Muito, muito obrigada.